quinta-feira, 21 de julho de 2011

personagens... (cont.)


E o nosso Autor não parou mais de pensar no assunto...
Pegar numa personagem, defini-la, transformá-la em gente, dar-lhe uma vida... "dar-lhe uma vida", repetiu para si mesmo. "Que grande responsabilidade, que grande desafio", pensou.
Entregava-se ele a estas congeminações quando tocou o telemóvel. Os telemóveis têm esta característica de nos poderem apanhar não importa onde.
- Está?!... Quem fala?
- És aquele que quer ser Autor?
- Sim, sou eu... mas quem fala?
- A tua personagem. Estás lembrado?
- Claro, mas...
- Eu sei que marcámos para a próxima semana, mas não consegui esperar.
- Sim...
- Aceito! Entrego-me nas tuas mãos!
- Óptimo! Fico contente.
- Também eu. Podes começar quando quiseres.
- O nosso acordo era na próxima semana. Será na próxima semana!
- Faço votos para que sejamos bons companheiros.
- Seremos inseparáveis, Júlia.
- Júlia?!...
- Sim, Júlia, Júlia da Costa Lemos.
E desligaram.

O Autor respirou fundo. As coisas estavam a correr bem. Agora a bola estava definitivamente do seu lado. Ainda tinha alguns dias.

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