Tricotar palavras... imagens... sons... ideias...
conversar... falar de nós e dos outros, contar histórias, ouvir música,
comentar notícias, fazer tricot, fazer crochet e também um pouco de má língua...
Estejam à vontade!
No Inverno, fechava o café sempre por volta das 10
horas. Aparecia um ou outro para tomar a bica e dar dois dedos de conversa
depois do jantar, mas era cada vez mais raro. Naquele bairro, as pessoas
ficavam em casa à noite. Era gente que se levantava cedo para trabalhar ou
então eram idosos que já não se davam a essas frescuras de saídas fora de
horas.
Naquela sexta-feira, porém, o café estava
praticamente cheio. Pelo que Júlia conseguiu perceber, eram todos familiares,
ou amigos, ou amigos de familiares duma senhora que tinha completado 90 anos e
toda esta gente lhe tinha feito a surpresa de vir visitá-la. Estavam agora de
abalada, cada um para seu destino, e um cafezinho vinha mesmo a calhar para a
viagem. Aproveitavam para pôr a conversa em dia, saber as últimas novidades de
cada um. Afinal, todos sabemos que há encontros que só se repetem em casamentos
ou funerais.
Já passava das 11 horas, quando Júlia conseguiu
finalmente fechar a porta e pendurar o letreiro “Encerrado”. Agora ainda era
preciso cumprir aquele ritual de arrumar as mesas e as cadeiras, quatro para
cada mesa, retirar as chávenas e os pires e os papéis, meter a loiça na
máquina, deixar tudo mais ou menos encaminhado para que, quando a Tânia
chegasse de manhã, pudesse abrir com o mínimo de demora. Só não teve paciência
para passar o chão… “amanhã! … já é tarde! …”
Finalmente fechou as luzes e a porta. Não chovia, mas
estava frio e uma brisa cortante. Levantou a gola do casaco, apertou mais o
cachecol e pôs-se a caminho de casa. Não era longe, fazia geralmente o caminho
a pé. Desta vez, era só mais tarde que o habitual. Na rua, não se via vivalma…
passava um carro ou outro… ouviam-se os passos de Júlia no passeio…
Soaram nitidamente as badaladas duma qualquer torre
de igreja… meia-noite!... Nesse momento Júlia parou e olhou em todas as
direcções como se esperasse qualquer coisa… “se ao menos estivesse em Paris!...“, pensou.
A minha filha nasceu no dia 4 de Outubro. Sempre lhe gabei a sorte de poder festejar o aniversário até às tantas, se lhe apetecesse, porque no dia seguinte seria sempre feriado. A não ser que voltasse a monarquia.... dizia eu (à cautela...).
Há uns quantos posts atrás, participei-vos a minha intenção de fazer umas meias... isso mesmo, dessas que se calçam e se fazem com 5 agulhas.
Pois já as comecei...
1º problema - a chegada ao calcanhar (que não é de Aquiles mas quase...)
Já tentei, já desfiz, já consultei bibliografia, encontrei um video bem elucidativo, voltei a vê-lo, talvez desta eu consiga... Nunca pensei que um calcanhar fosse tão difícil de contornar!...
Bolas de tons?! - Foi aí que finalmente encontrei as agulhas de que precisava para tamanha empreitada...
Terminada a 1ª votação dos blogs do ano 2011, organizada pelo Aventar, eis o resultado obtido por este blog (ao vosso serviço, com a devida vénia.....)
Diários de Bordo / diários íntimos e pessoais (Poll Closed)
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Não querem lá ver que 11-pessoas-11 tiveram a imensa simpatia de votar neste "tricotar...".
Tenho eu pensado cá p'ra mim que um aumento de visitas é natural... mas que alguém, alguemzinho...., se tenha dado ao trabalho de votar... isso é que já é demais....
Tomei coragem e resolvi aventurar-me a tricotar umas meias... sim, dessas que se calçam.
Acho que, se seguir as instruções que encontrei, conseguirei lá chegar.
Só que não contava com um pequeno contratempo....
Onde encontrar conjuntos de 5 agulhas?!...
Para quem não sabe o que isso é, junto uma amostra.
Procurei em lojas de lãs, mandaram-me para retrosarias... Procurei em retrosarias, mandaram-me para lojas de lãs...
Não consigo perceber como, numa cidade em que só doutores são aos milhares por m2, não consigo encontrar umas tristes agulhinhas para tricotar meias.... é que assim não há mesmo condições!....
... "Fernando Pessoa abriu a porta do quarto, saiu para o corredor. Não se ouviram os seus passos. Dois minutos depois, tempo de descer as altas escadas, a porta de baixo bateu, o besouro zumbira rapidamente. Ricardo Reis foi à janela. Pela Rua do Alecrim afastava-se Fernando Pessoa. Os carris luziam, ainda paralelos."...
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Ed. Caminho, 1984
... "O homem não se afastou da porta para a deixar passar. Era alto e vestia um roupão azul.
Rose disse que queria um quarto e durante algum tempo só teve consciência da neve a cair à sua volta.
O homem olhava-a com uma expressão de surpresa. Disse finalmente:
Há muitos anos que esta casa não é uma estalagem.
Ela olhou para o letreiro e esteve quase a dizer algo, mas o letreiro encontrava-se apagado, na verdade era quase invisível, mal conseguia distinguir as letras. Olhou para trás, para a praça coberta de neve, e estremeceu.
Está uma pessoa distraída por uns tempos e é isto!....
"Mas o que foi?!" - perguntam vocês.
"O que foi??!!!!!...." - pergunto eu.
Passo a explicar: acabo de descobrir que esta espécie de blog está inscrito naquela lista de blogs que o Aventar resolveu pôr à votação no que chamou blogs do ano 2011. Acham isto normal? Será que as pessoas não se enxergam? Até a falta de vergonha tem limites... Isto?!... Poupem-me!... T.
E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu 'Os Lusíadas' e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na
passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não, imagine que perguntei a um aluno quem escreveu 'Os Lusíadas', respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e começou a chorar.
O comandante do posto:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um 'aperto', vai ver que ele confessa tudo!
Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu 'Os Lusíadas'. Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!
O blog Aventar tomou a iniciativa de organizar um concurso a que chamou blogs do ano 2011 . Acho que foi uma boa ideia e já os felicitei por isso. Não se ganham prémios mas podem conhecer-se outros locais de encontro...
Portanto, meus amigos, se visitam blogs que vos agradam, inscrevam-nos AQUI .
As inscrições podem ser feitas até ao dia 13 de Janeiro. Ainda vão a tempo!
E depois, não se esqueçam... há-de ser preciso votar! Cá estarei para vos lembrar... ; )
Um dia, recebi o convite para um desafio.... fazer 16 quadrados em crochet ou tricot com 10cmX10cm... e enviá-los para a mamã martinho ... ela se encarregaria de receber os vários conjuntos que depois redistribuiria por toda(o)s a(o)s intervenientes... a ideia era fazer uma almofada (portuguesa, concerteza...)
Mesmo antes do Natal, recebi o grupo de quadrados que me coube em sorte
Adorei todos e cada um deles!...
Mas que havia eu de fazer com este caos?!
Resolvi contorná-los todos a preto, para fazer realçar mais cada um deles...
Depois juntei-os de modo a harmonizá-los o melhor possível...
A coisa ficou mais organizada... só que aumentou um bocado o tamanho... (liberdades da criação artística). Digamos que o caos se transformou em cosmos...
A paltil de Janeilo pala sua maiol comodidade pague as fatulas da EDP num dos muitos milhales de postos de coblança existentes no Pais .... A LOJA DO CHINÊS MAIS PLÓXIMA !!!!
Angela Isadora Duncan (n.: São Francisco, 27 de Maio de 1877 - f.: Nice, 14 de Setembro de 1927) - Bailarina.
Isadora Duncan foi a segunda dos quatro filhos do poeta Joseph Charles e da pianista e professora de música Dora Gray Duncan. Viveu uma infância atípica para os valores da época; filha de pais divorciados, ela, a irmã e os dois irmãos foram criados pela mãe que, além de lhes proporcionar a educação clássica, fazia questão de lhes dar, desde cedo, aulas particulares de literatura, poesia, música e artes plásticas.
Desde os 4 anos, Isadora começou a frequentar aulas de ballet clássico. Na adolescência, apresentava-se acompanhada pelos três irmãos, ao som do piano tocado por sua mãe. Isadora revelava um temperamento transgressor que a levaria a abandonar as convenções do ballet da época, cujas técnicas eram extremamente rígidas. Aos 11 anos, a jovem Isadora já apresentava uma sensibilidade muito particular, desenvolvendo uma maneira própria de dançar. Nessa idade, começou também a dar aulas da sua nova técnica. Ao romper com os padrões clássicos, Isadora Duncan propõe uma dança liberta de espartilhos, meias e sapatilhas de ponta, apresentando-se em espectáculos a solo baseados em improvisações, dando ênfase aos gestos corporais assimétricos. Os seus movimentos eram inspirados nos fenómenos da natureza, como o fluir das ondas do mar, do vento e a força das tempestades. Passou a dançar de pés descalços, vestindo apenas túnicas de seda coloridas, o que causou escândalo entre a conservadora mentalidade da época. Foi buscar referências às danças rituais da Grécia antiga e incorporou nos seus trabalhos peças de Chopin e Wagner que, na época, eram executadas apenas para serem ouvidas e não dançadas.
Para aperfeiçoar o seu ballet, dedicou-se a estudos aprofundados sobre a origem da dança e as suas diversas expressões em diferentes culturas. Tais estudos resultaram numa série de textos e ensaios teóricos sobre a dança, o papel da cultura e a vinculação ao seu trabalho. “Desde o início sempre dancei a minha vida”, disse ela certa vez, demonstrando o modo particular como encarava a sua arte.
Depois de passagens por Chicago, Nova Iorque e Londres, chegou a Paris em 1900. A sua chegada a França causou grande polémica pelo seu ballet revolucionário e os seus véus transparentes, mas encontrou finalmente o reconhecimento que procurava quando se apresentou no teatro Sarah Bernhardt. Rapidamente conseguiu contratos para se apresentar na Alemanha, Hungria, Rússia, Grécia…
Isadora promoveu uma reviravolta não só na dança, mas também nos costumes. A sua postura irreverente provocou a ira conservadora de muitos. Era avessa à instituição casamento e diz na sua autobiografia: ”Comecei a observar o rosto das senhoras casadas, amigas de minha mãe, e não houve um em que não achasse ……… os estigmas da escravidão. E fiz o voto de jamais me rebaixar a situação tão degradante…….” Com efeito, causou escândalo na época pelos seus tórridos casos amorosos com diversos amantes, entre eles o produtor teatral Gordon Graig, com quem teve a sua filha Deirdre, e o milionário herdeiro do império das máquinas de costura, Paris Singer, pai do seu filho Patrick. O seu espírito livre tornou-se símbolo da independência feminina.
Parte para a União Soviética à procura da liberdade de que tanto necessita, no trabalho e na esfera afectiva, na qual demonstra constante instabilidade emocional. E subverte igualmente nas coreografias, inspirando-se nas danças sagradas da Grécia Antiga. Os cenários eram igualmente despojados, geralmente decorados apenas com uma cortina azul.
O seu trajecto profissional desenrolou-se principalmente nos palcos europeus, no início do século XX, onde brilhou intensamente, principalmente pela curiosidade despertada em torno de sua técnica inovadora e também pela sua vida tumultuosa e intensa.
Isadora morreu cedo, pouco tempo após a publicação de sua autobiografia Minha Vida, vítima de um acidente trágico, em Nice, quando ao partir no seu carro descapotável, a écharpe se prendeu nas rodas do veículo, asfixiando-a. Durante anos uma amiga disse que as últimas palavras proferidas antes de entrar no carro conduzido por um jovem, foram: "Adeus, amigos! Vou para a glória."
Em homenagem à bailarina, foi criada em 1979, a Isadora Duncan Dance Foundation, em Nova Iorque.
Os arquivos pessoais de Isadora Duncan estão atualmente no Lincoln Center, também em Nova Iorque.